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sábado, dezembro 28

De nós, a gente é que sabe

     



     Perdurar na angústia de não ter escrito ou na inconstância de se ter perdido a oportunidade de escrever?
           O que faz mais sentido?
           Discordo de ambas as concordâncias.
          Minha agonia é não poder entreter um assunto criado por minha própria mente, porém, meus escritos são sempre devaneios preponderantes das razões inervadas do meu interior inquieto. Este, ao invés de corroborar com essas minhas tentativas falhas, a fim de fazê-las ter alguma correspondência, mergulha fundo na mesma frequência em que se afoga na superfície desses relatos, embora nem chegue as entrelinhas.
         Eu, porém, como única existência válida, passo a ser analisadora de fatos, mesmo que isto não tenha nenhuma finalidade além de preencher um espaço, sem margem, sem linha, e digo, não é o meu interior. Mas, essa ação, apesar de devastadora, venha me dar algum consolo, seja supérfluo ou não, me ajuda a encontrar um sentido que não seja ver o tempo passar, mas rever tudo o que fiz enquanto o tempo passou.
          Pareço falar de fotografia, esta sim descreveria, de fato cada tempo, não um vídeo, mas a estagnação de momentos captados por uma movimentação voluntária inexata, mas satisfatória. O único problema é que faltaria o essencial, não a dúvida, nem o equívoco de decifrar tal criação, mas, a certeza explícita de sensações angustiantes impossíveis de serem analisadas sem a audácia de afundar-se por dentro, e repito, não é o meu interior.
         Digo da maneiras de se entregar. Das decisões incertas que vez ou outra em algum lugar te leva. Das conclusões precipitadas. Do tempo perdido ou aproveitado. Da angústia. Das oportunidades. De quem prefere a superfície porque sabe que a maré é alta, e assim, afogar-se-ia de qualquer jeito.
____Evelyn Dias

quinta-feira, outubro 24

Soneto do amor perdido


Sinto tanto meu amor, perdido
Que de te achar quase me perco
Hei de pensar eternamente se mereço
Esse sufoco que é está partido

Que tu fazes uma confusão na minha cabeça
Diz que me ama e quer ficar comigo
Mas não conforma por eu ter ido
Sem que esse amor em nós desapareça

E condenados a este eterno laço
Que mais parece a um apertado nó
Uma moldura que a gente disfarça

Ao que parece a solidão que preenche
Inconformados, maltratamos o amor
O mesmo que constrói e mantém essa farsa.

____Evelyn Dias

quinta-feira, agosto 8

Eu saudade: Você distância


Esperava que sentisse a minha ausência
                       Ou que cobrasse um pouco a minha falta
                                           Mas no fim, só de amor me reclamara
                                                                 Aquilo que mais te dou e nada devo.

                                                _____Evelyn Dias

terça-feira, julho 30

Uma carta: Um quase amor


Hoje eu encontrei um caderno velho cheio de rabiscos jovens...
E eu é que pensava que não lembrava de nada, lendo pude perceber o que é amor de verdade. O que sinto é apenas preenchimento e eu tento suprir a minha falta com palavras de outros autores, modeladas com meu sentimento que carece um pouco de você. Você viu que nem seu nome sequer apareceu, a não ser pra preencher uma data onde você foi sempre um segredo. Meu coração fica magoado, e ao mesmo tempo é imóvel qualquer reação que me faça te enxergar de outro jeito, a não ser com minha frívola rejeição disfarçada de - "te quero sempre ao meu lado." Mas você me tem completamente, pois sou segura do tamanho do seu amor, talvez por insegurança tenho medo de te perder, mas isso não é sentimento. Nesse caderno só se passaram amores de verdade. Mas, você nunca esteve aqui, exceto agora. Ser amada é capaz de suprir quase todas as minhas necessidades.

_____Evelyn Dias

segunda-feira, julho 29

Coisas da vida: Aquele dia... metade um ano.


Te amo pelo que és.
Pode até parecer que não,
Quando imaginas que exijo demais.
Te amo pelas tuas mãos
Mesmo que por causa delas
Eu não saiba o que fazer com as minhas.
Te amo não porque me amas
Por que acredito que amor não se troca
Amo, porque te amo.
Te amo pelos nossos momentos
Pelo que se repete,
E nunca é igual.
Te amo pelas suas loucuras todas
Do jeito que me segura
E arrisca.
Te amo e todas as suas falhas
O corpo e a cabeça
E tudo que de ti escapa.
Te amo até mais que as palavras
E é através delas que me defendo
Quando digo que te amo no silêncio
Quando o próprio amor vacila.

_____Evelyn Dias

Texto possuidor de algumas aspas implícitas, pois foi inteiramente inspirado de uma leitura sem meras expectativas ou objetivo revitalizante. Espero que tenham gostado. Sinto muita falta daqui. Meus Beijos !